Para que o dia não se vá sem levar muitas coisas das quais já deixei, me deixei levar. Leva vento, carrega a memória. Carrega a história que não pertence e não vive mais. Leva a angústia da solidão, do desespero, do desapego, da audácia, do medo. Carrega o vento muito mais. Carrega esperanças e seguranças, sendo que, nada é tão seguro e a esperança, na realidade, nunca é toda levada.
Entretanto, vem a brisa para acalentar a destruição da ventania. E parece que o tempo em que ela sopra é só dela. As vezes, tão sutil que não se percebe. Não se sente ou sente sem sentir. Uma defesa ou uma distração. Não se sabe, mas é reação, enquanto tudo está tão parecido com aquilo que jamais foi, mas que – certamente – foi imaginado.
Aqui é assim, ação e reação. Mente e coração. Sorriso e lágrima. Quase que ao mesmo tempo. Quase que sem querer. Quase sempre, sempre. E o bom mesmo é sentir, profunda e lentamente, apesar do tempo ser relativo. Sentir que amou, que desprezou, que criou, que trabalhou, que caiu e levantou, que sorriu, que chorou, que desejou, que errou... E que aprendeu. Embora o tempo esteja no passado é também o tempo presente, que nos dá de presente a possibilidade de alterar o imaginado e assim, sorrir quando lembrar daquilo que estará no passado.
1 comment:
Sublime!
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