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Wednesday, August 26, 2009

Pilates: exercício para corpo e mente

O foco é na qualidade e não na quantidade de movimentos. O método tem como base técnicas como a Hathayoga, exercícios greco-romanos e meditação zen, entre outras que resultam no equilíbrio do corpo e da alma

Por Taís González

Saúde e felicidade. Estes são os principais objetivos da humanidade, segundo Joseph Hubertus Pilates, criador do método de treinamento que leva o seu nome e, através da reeducação postural e de exercícios específicos, harmoniza o corpo proporcionando ao praticante uma melhor qualidade de vida. O chamado pilates possui mais de 500 tipos de exercícios e seu treinamento é realizado com o auxílio de equipamentos, acessórios ou no solo e devem obedecer a seis princípios: concentração, controle, centralização de força, fluidez, precisão e respiração.

Famoso pelo fato de ter se tornado o preferido das “celebridades”, o pilates, entretanto, requer estudo e preparação. Para Sandra Tófoli, educadora física especializada no método há dez anos, a qualificação do profissional dessa área é fundamental para a saúde do praticante. “É importante que ele seja qualificado e tenha a certificação para desempenhar a função de instrutor. Nós trabalhamos basicamente com a coluna do aluno e pode ser muito perigoso se ele não estiver realizando os exercícios corretamente”, explica ela.

Conforme dados, durante a Primeira Guerra Mundial o grupo de circo do qual Pilates e seu irmão participavam foi enviado para um campo de prisioneiros em Londres. No período em que esteve preso, ele atuou como enfermeiro e para fortalecer os pacientes que permaneciam deitados por um longo período desenvolveu exercícios e utilizou camas hospitalares e outros artefatos (cintos, lastros e molas) para mantê-los saudáveis, assim como os seus companheiros de picadeiro e ele próprio.

“Os aparelhos de qualidade são essenciais para um bom trabalho”, diz a instrutora Sandra, que comentou ter se machucado um aparelho de má qualidade. “A mola arrebentou e bateu na minha mão, deixando-a muito inchada. Poderia ter sido em outro local ou ter acertado o aluno, o que seria pior”. Como obedecem algumas regras de fabricação, os aparelhos para os exercícios também precisam ser certificados, segundo a especialista.

Não existe restrição de idade para iniciar-se no pilates, mas há uma aplicação de diferentes repertórios. Já o tempo para perceber os resultados varia de acordo com a quantidade de aulas, “em um mês podemos sentir alguma mudança, mas só percebemos uma grande diferença depois três meses”, afirma Sandra. Para Pilates, “em dez sessões se sente a diferença, em vinte sessões se vê a diferença e em trinta sessões o corpo está modificado”.

História

Joseph Hubertus Pilates nasceu em 1880 na Alemanha, no seio de uma família de classe média. Em 1926, aos 46 anos, Pilates acompanhou o campeão mundial Max Schmeling a Nova York, na viagem de navio de Londres para Nova York, onde conheceu a enfermeira Clara e decidiram abrir um estúdio juntos e mais tarde acabaram se casando. O casal abriu sua academia na Oitava Avenida de Nova York, no mesmo prédio do New York City Ballet, e velozmente atraiu a atenção de pessoas influentes na cidade. Nos anos 60, estudiosos de Pilates abriram seus próprios estúdios, alguns se mantiveram fiéis à linha original, ortodoxa, dos ensinamentos, como a famosa instrutora Romana Kryzanowska. Outros profissionais acrescentaram os seus próprios conhecimentos aos os princípios que receberam, entre eles Carolla Trier, Ron Fletcher, Kathy Stanford-Grandt, Eve Gentry e Bruce King.

Joseph Pilates faleceu em 1967 com 87 anos, em conseqüência de um incêndio na sua academia. Na tentativa de salvar seus equipamentos, inalou uma quantidade excessiva de gases tóxicos. Clara continuou o trabalho do marido até morrer, em 1977. Pilates editou dois livros: Your Health, em 1934, e Return to Life Through Contrology, em 1945, com colaboração de seu amigo Willian John Miller.


Matéria publicada na 5ª edição da revista Gazeta do Morumbi.

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