A
mega-indústria e aliados querem convencer seus consumidores, de uma vez por
todas, que seus produtos não são apenas seguros, mas bons.
Por
Taís González
Financiado
por mais de 50 multinacionais de alimentos, agronegócio e empresas
de biotecnologia, o site GMOAnswers.com
promete responder todas as perguntas relacionadas aos organismos
geneticamente modificados, exceto, é claro, onde eles estão
escondidos na nossa alimentação.
A nova jogada de marketing tem um porquê. No mês anterior, o Relatório
Holmes revelou que a Monsanto estava buscando empresas de
relações públicas com a missão de melhorar a sua imagem, depois
de ter recebido o título de “Pior empresa do ano”, ter
enfrentado a maior
onda de protestos, em maio e julho deste ano (mobilizando 2
milhões de pessoas ao redor do mundo, on-line e off-line) e a
campanha I-522 no Estado de
Washington para garantir a identificação dos GMO estar ganhando
mais e mais adeptos, de acordo com pesquisas, 93%
dos consumidores querem a rotulagem.
O jornal americano New
York Times divulgou o lançamento do GMOAnswers.com, o novo
site que pretende "responder a praticamente qualquer pergunta
feita pelos consumidores sobre as culturas geneticamente
modificadas." Quem recebe uma menção no editorial do Times
apenas pelo lançamento de um site hoje em dia? Aparentemente,
organizações que são financiados pela Monsanto, Dow, Bayer,
Syngenta e BASF.
Em
entrevista à DW,
Ursula
Lüttmer, da Monsanto Alemanha, afirma que
os investimentos visam à agricultura sustentável, que ajude a
produzir mais, além de proteger os recursos e promover um melhor
padrão de vida. Lüttmer disse ainda que até hoje não foram
encontradas quaisquer desvantagens para os seres humanos, animais e
meio ambiente.
Na
própria Alemanha, o cultivo de PGM é proibido, até para teste. Em
outras partes da Europa são liberados as sementes da batata
transgênica Amflora, da empresa Basf e o MON 810, um tipo de milho
produzido pela Monsanto. Entrentanto, em julho passado, a Monsanto
anunciou que não
mais investirá
em sementes modificadas na EU.
Já
no Brasil, a multinacional está instalada desde 1963, produzindo
sementes transgênicas de soja, milho e algodão. O grupo tem a
política de comprar empresas menores do ramo e, por isso, fica cada
vez maior. Críticos dizem que se trata de um "quase monopólio".
Ciclo
vicioso:
Agricultores
precisam comprar novas sementes a cada ano. A tentativa de fazer a
multiplicação da semente por conta própria configura uma violação
de patente, alega a Monsanto; Agricultores precisam lutar contra o
aumento da resistência de das sementes, ou seja, é necessário comprar
novos GMO desenvolvidos para suportar mais pesticidas. E isso não ocorre somente com grandes proprietários de terras, agricultores familiares e até mesmo programas de ajuda humanitária (estes nem sempre com boas intenções) aderiram às sementes "milagrosas" e hoje, rezam para que o santo criador ofereça melhores condições para obter as novas sementes - e seus devidos pesticidas.
Vale
lembrar sobre a ameaça da segurança
alimentar. A epidemia de obesidade
infantil.
Os agricultores familiares, cada
vez mais raros.
E que grande parte dos problemas alimentares podem ser rastreados e
apontarem para o Big Food, monopólios que tomaram o controle do
nosso sistema alimentar e nosso governo.
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