A distância determina a perda dos eventos, hoje distantes... Na realidade, o passado tem esta característica: além de não ser modificável, perde-se. Contrastado com o presente - que do nome, já menciona valor positivo, coisa boa mesmo -, o passado, longe, distante, quase perdido na memória, relaciona-se com um aglomerado de eventos que aconteceram num certo ponto do tempo, dentro do contínuo espaço-tempo.
A vantagem de olhar para ele é ter a oportunidade de compreender e experimentar esse tempo como “nosso”. Geralmente, olhamos para as nossas histórias como um processo, em que não tivemos participação alguma. Assim quando dizemos que 'estamos num engarrafamento', como se o engarrafamento não fosse também produto das nossas ações. Olhar para o passado ajuda a lembrar que somos também a nossa história. Mas, a supervalorização da memória pode, às vezes, significar falta de perspectivas para o futuro... Uma pena.
Para que o futuro se realize é preciso, às vezes, esquecer o passado, porém, não completamente. Recriar a memória, reinventá-la, libertando-se das interpretações oficiais e canônicas. Heráclito diz, “não podemos pisar num mesmo rio duas vezes, pois as águas estão continuamente fluindo, nunca serão as mesmas, você nunca será o mesmo”. E o melhor, as águas se fortalecem ao correr do rio...
Deixe o olhar se perder no horizonte. Abstraia. Permita que seus pensamentos naveguem sem freios. 'Respire fundo, tome ar é hora do mergulho'. Abra sua mente para os ‘insights’... "Melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores do que permanecer estático como os pobres de espírito, que não lutam mas também não vencem, que não conhecem a dor da derrota, mas que não tem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito ao final da terra não agradecem a Jah por terem vivido, mas desculpam-se perante Ele por terem simplesmente passado por ela." Bob Marley
Adaptação do texto de Charles Feitosa
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